sexta-feira, 6 de novembro de 2015

Gás mostarda foi usado em combates na Síria, diz organização


Arma química foi utilizada em agosto em Marea, província de Aleppo.
Relatório foi enviado aos Estados-membros da OPAQ.

Especialistas em armas comprovaram o uso de gás mostarda em combates entre grupos rebeldes na Síria, em agosto passado, afirmaram nesta quinta-feira (5) fontes da Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ).

O gás foi usado em Marea, cidade na província de Aleppo (norte), em 21 de agosto, acrescentaram as fontes, indicando que esta é a primeira confirmação do uso de gás mostarda no país. "Confirmamos os fatos, mas não pudemos determinar os responsáveis", acrescentou a fonte.

Um relatório confidencial foi enviado aos Estados-membros da OPAQ, que devem se reunir na sede da organização, em Haia, no fim deste mês.

Militantes sírios e várias ONGs anunciaram no fim de agosto que um ataque com arma química tinha vitimado dezenas de pessoas nesta cidade.


A organização Médicos sem Fronteiras (MSF) informou na ocasião ter atendido quatro membros de uma família. Um dos pacientes contou que um disparo de morteiro tinha atingido sua casa e que, "após a explosão, um gás amarelo invadiu a casa".

O gás mostarda (assim chamado devido à cor) é um gás asfixiante, usado pela primeira vez pelos alemães na Bélgica durante a Primeira Guerra Mundial, em 1917.

O Protocolo de Genebra, assinado em 1925, proibiu seu uso e a ONU, através da Convenção sobre Armas Químicas, reafirmou a proibição em 1993.

As acusações de uso de armas químicas pelo grupo jihadista Estado Islâmico (EI) se multiplicaram nos últimos meses em Iraque e Síria.


Revés do Exército sírio

Os rebeldes sírios infligiram um sério revés ao exército de Damasco ao se apoderar nesta quinta da única localidade que o regime controlava na estrada entre Aleppo e Hama, apesar do apoio da aviação russa e dos combatentes sírios e do Hezbollah.

Em outra região do país, pelo menos 22 civis e vários jihadistas do grupo EI morreram, também nesta quinta, em ataques aéreos contra posições desta organização na cidade de Bukamal, na fronteira com o Iraque, segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).

"Entre as vítimas estão uma mulher e duas crianças", de acordo com o OSDH.

Esta ONG, com sede na Grã-Bretanha, também informou que os rebeldes sírios se apoderaram de Morek, única localidade em mãos das forças governamentais na estrada que liga Aleppo a Hama. Os jihadistas do "Jund al-Aqsa e grupos de oposição tomaram Morek após uma ofensiva violenta", indicou o OSDH.

O grupo confirmou no Twitter a tomada da cidade.

Esta derrota das forças do governo ocorre um dia depois da retomada de um trecho da estrada entre Homs e Aleppo, que passou duas semanas sob controle parcial do EI.

Segundo o OSDH, os combates continuam no sul e leste da cidade. Dezenas de soldados do regime morreram ou ficaram feridos na ofensiva. "Há combates em curso nos arredores de Morek", informou uma fonte da segurança síria.

Morek mudou de mãos várias vezes nos quatro anos de guerra síria, mas as forças do governo retomaram seu controle em outubro de 2014. Em 7 de outubro, as forças sírias, com a ajuda de combatentes do Hezbollah libanês e militares iranianos e afegãos, lançaram uma ofensiva com o apoio da aviação russa para reconquistar a estrada.

Além disso, em Arsal, uma cidade na fronteira leste do Líbano com a Síria, ao menos seis pessoas morreram e seis ficaram feridas em um atentado suicida contra a sede do Conselho dos Ulemás (sunitas). "Um suicida entrou no local no momento em que ocorria uma reunião do Comitê dos Ulemás de Qalamun, que reúne os xeques (dignitários religiosos) sírios, matando cinco participantes e ferindo outros seis", indicou a fonte.

Este comitê de Ulemás sírios trata de temas religiosos e da ajuda a refugiados na cidade. O vice-presidente do comitê, Omar al-Halabi, está entre os mortos.

A maioria dos habitantes de Arsal e sua região são sunitas partidários da rebelião síria contra o regime do presidente sírio, Bashar al-Assad. Os demais são quase todos xiitas.

Arsal acolhe dezenas de milhares de refugiados sírios e na zona montanhosa da fronteira há bases da rebelião síria.

No ano passado, os jihadistas tomaram a cidade por um curto período de tempo após lançar um ataque a partir do lado sírio da região e sequestraram dezenas de membros das forças de segurança libanesas.

Desde então, quatro foram mortos e 25 policiais e soldados seguem reféns dos jihadistas da Frente al-Nosra, o ramo sírio da Al- Qaeda, e do Estado Islâmico.

Nesse contexto, a Rússia posicionou na Síria sistemas de mísseis antiaéreos para proteger suas tropas, informou o comandante da força aérea russa, Viktor Bondarev. "Calculamos todas as ameaças possíveis. Enviamos caças, bombardeiros, helicópteros e também sistema de mísseis antiaéreos", afirmou Bondarev em entrevista ao jornal russo Komsomolskaï

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