domingo, 26 de outubro de 2014

OTAN e economia - Como lucrar com a “ameaça russa”





As tentativas da OTAN de igualar as ações da Rússia ao terrorismo internacional estão muito para além do razoável. Foi assim que o Ministério das Relações Exteriores da Rússia reagiu à nova porção de declarações antirrussas de Alexander Vershbow. As declarações do vice-secretário-geral da OTAN causaram uma reação semelhante na mídia ocidental.

A intensificada manipulação da opinião pública em que funcionários de Washington e da OTAN se têm empenhado recentemente é ditada por receios bem fundados, notou o porta-voz do Ministério do Exterior russo, Alexander Lukashevich:
“A contribuição ativa da Rússia aos esforços internacionais para resolver a crise na Ucrânia, bem como a promoção pelo nosso país da agenda positiva nas relações internacionais em geral, podem minar o mito da suposta ‘ameaça russa’ para a segurança dos países-membros da OTAN. Pois é justamente este postulado que é usado para justificar a necessidade de coesão da Aliança com base em disciplina rigorosa no espírito da Guerra Fria, bem como a política adotada de expansão da infraestrutura da OTAN “para leste”, o aumento da presença militar do bloco perto das fronteiras russas. E, contudo, são novamente ignorados os riscos para a segurança europeia que esses planos criam.”
Tal foi a resposta de Moscou ao discurso de Alexander Vershbow. Há dias, o vice-secretário-geral da OTAN comparou a política da Rússia às ações dos terroristas do grupo Estado Islâmico. Em suas palavras, “o revisionismo neo-soviético de Vladimir Putin e o terrorismo do EI têm suas caraterísticas distintas. Mas eles compartilham métodos semelhantes – intimidação e violência – para alcançar um objetivo semelhante: a rejeição da democracia, da tolerância e da supremacia do direito como o padrão de ouro das relações internacionais”.
Esta passagem causou particular surpresa aos diplomatas russos. Como observou o Ministério das Relações Exteriores, é bastante estranho ouvir discursos sobre a necessidade de outros países respeitarem os “princípios básicos das relações internacionais” por parte do representante de uma organização que tem repetidamente negligenciado a Carta das Nações Unidas. Pois foi justamente sob os auspícios da OTAN que começaram as operações militares no Iraque, na Líbia e no Afeganistão.
O chefe do Pentágono, Chuck Hagel, não ficou muito atrás de seu compatriota. Ele avisou os militares dos Estados Unidos para estarem preparados para “lidar” com o exército da Rússia, que está “às portas da OTAN”.
No entanto, ambas as declarações foram feitas já depois da manifestação do principal “pacificador”, Prêmio Nobel da Paz, Barack Obama. Na Assembleia-Geral das Nações Unidas o presidente dos Estados Unidos chamou a Rússia de segunda maior ameaça depois do vírus ebola. Assim é que a chamada “ameaça russa” é hoje no Ocidente uma tendência que está na moda, diz o diretor do Instituto Internacional de Estados Recentes, Alexei Martynov:
“Toda a mídia ocidental está sobrecarregada de retórica antirrussa – inclusive com histórias imaginárias sobre como a Rússia está fazendo algo militarmente na Ucrânia, como o furioso urso russo é perigoso para a Europa, para a OTAN. Nós entendemos que tudo isso tem um único objetivo: aumentar os orçamentos militares da OTAN.”
Deve-se dizer que nem toda a mídia ocidental se entusiasmou com a propaganda antirrussa. Encontram-se também opiniões objetivas. Por exemplo, a publicação “Imprensa Livre Tcheca” (“Czech Free Press”) escreve: “Argumentar que a Rússia é uma ameaça que se aproximou das fronteiras da OTAN – apenas porque ela tem em seu próprio território um exército moderno, capaz de combater e capaz de repelir um possível ataque da América – só pode vir de um instigado militante, um mentiroso ou um louco completo (ou talvez até um “três em um”). E pessoas que aceitam e adotam tal retórica, infelizmente, também são chamadas assim.
Segundo o autor do artigo, tudo sugere que os Estados Unidos ainda não abandonaram o seu plano louco de desencadear uma guerra local com a Rússia na Ucrânia ou nos países do Báltico, bem como baixar uma nova cortina de ferro entre a Europa e a Rússia, para se apropriar do mercado europeu e se livrar da competição russa. Mas, como se costuma dizer, querer não é poder.

FONTE:
http://www.diariodarussia.com.br/igor-siletsky/noticias/2014/10/22/otan-e-economia/
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